top of page
logo 6_edited_edited.png

Defeito Fibroso Cortical

O defeito fibroso cortical (também conhecido como defeito fibroso metafisário ou fibroma não ossificante) é uma lesão óssea benigna comum, caracterizada pela substituição do tecido ósseo normal por tecido fibroso. É considerada uma variante do desenvolvimento ósseo normal e, na maioria dos casos, é assintomática e autolimitada. No entanto, em algumas situações, pode exigir atenção médica, especialmente quando há risco de fraturas ou dúvidas diagnósticas. O acompanhamento com um ortopedista oncológico é fundamental para garantir o manejo adequado e evitar complicações.

Firefly Defeito Fibroso Cortical 28883.jpg

Epidemiologia

O defeito fibroso cortical é uma das lesões ósseas benignas mais comuns em crianças e adolescentes, com pico de incidência entre 5 e 20 anos. É mais frequente no sexo masculino e geralmente ocorre em ossos longos, como fêmur, tíbia e fíbula. A lesão é tipicamente descoberta incidentalmente durante exames de imagem realizados por outros motivos, como traumas ou dores inespecíficas.

Características Clínicas

Na maioria dos casos, o defeito fibroso cortical é assintomático. No entanto, em situações específicas, pode apresentar:

- Dor leve: Geralmente associada a atividades físicas ou traumas.

- Fraturas patológicas: Raras, mas podem ocorrer em lesões grandes ou em ossos que suportam peso.

- Massa palpável: Em casos raros, a lesão pode ser palpável, especialmente se estiver próxima à superfície do osso.

Diagnóstico

O diagnóstico do defeito fibroso cortical é baseado principalmente em achados radiológicos, mas pode incluir exames adicionais para confirmação:

 

1. Radiografias:

   - Lesão lítica, bem delimitada e excêntrica, localizada na cortical do osso.

   - Margens escleróticas e aspecto "em bolha de sabão" ou multiloculado.

   - Típica localização na metáfise de ossos longos, próxima à fise (placa de crescimento).

2. Ressonância magnética (RM):

   - Utilizada em casos atípicos ou para avaliar a extensão da lesão.

   - Mostra sinal hipointenso em T1 e hiperintenso em T2, compatível com tecido fibroso.

3. Tomografia computadorizada (TC):

   - Pode ser útil para avaliar a integridade da cortical óssea e o risco de fratura.

4. Biópsia:

   - Raramente necessária, mas pode ser realizada em casos atípicos ou com dúvida diagnóstica.

   - O exame histológico revela tecido fibroso com células fusiformes e ausência de atipias celulares.

Diagnóstico Diferencial

O defeito fibroso cortical pode ser confundido com outras lesões ósseas benignas e malignas, incluindo:

1. Cisto ósseo simples: Lesão lítica central, ao contrário do defeito fibroso cortical, que é excêntrico e com maior risoc de fratura

2. Displasia fibrosa: Lesão medular com aspecto de "vidro fosco", ao contrário do defeito fibroso cortical, que é cortical.

3. Tumor de células gigantes: Lesão lítica expansiva, geralmente em epífise de ossos longos.

4. Osteossarcoma: Tumor maligno raro agressivo que pode mimetizar lesões líticas, mas com características agressivas e atipias celulares.

Tratamento

Na maioria dos casos, o defeito fibroso cortical não requer tratamento, pois é autolimitado e regride espontaneamente com o tempo. No entanto, em situações específicas, intervenções podem ser necessárias:

1. Observação:

   - Lesões pequenas e assintomáticas podem ser monitoradas com radiografias seriadas.

   - A maioria das lesões regride ou ossifica espontaneamente após o fechamento da fise (placa de crescimento).

2. Cirurgia:

   - Indicada em casos de lesões grandes com risco de fratura patológica.

   - A curetagem e o preenchimento com enxerto ósseo são as técnicas mais utilizadas.

3. Proteção contra fraturas:

   - Em lesões grandes ou em ossos que suportam peso, pode ser recomendada a redução de atividades de alto impacto até a ossificação da lesão.

Importância do Acompanhamento com Ortopedista Oncológico

O acompanhamento com um ortopedista oncológico é essencial para o manejo adequado do defeito fibroso cortical, especialmente em casos complexos ou com dúvida diagnóstica. O ortopedista oncológico oferece expertise em:

1. Diagnóstico preciso:

   - Utilização de técnicas avançadas de imagem e biópsia para diferenciar o defeito fibroso cortical de outras lesões ósseas, incluindo tumores malignos.

2. Avaliação do risco de fratura:

   - Análise da localização, tamanho e integridade da cortical óssea para determinar a necessidade de intervenção cirúrgica.

3. Planejamento cirúrgico:

   - Definição da abordagem cirúrgica mais adequada, como curetagem e enxerto ósseo, em casos de lesões grandes ou sintomáticas.

4. Acompanhamento a longo prazo:

   - Monitoramento regular com radiografias seriadas para avaliar a regressão ou ossificação da lesão.

   - Identificação precoce de complicações, como fraturas patológicas ou progressão da lesão.

5. Manejo de casos atípicos:

   - Lesões que não seguem o padrão típico de defeito fibroso cortical podem exigir investigação adicional para excluir malignidade, ou síndromes associadas.

Complicações

Embora raras, as complicações do defeito fibroso cortical incluem:

- Fraturas patológicas: Principalmente em lesões grandes ou em ossos que suportam peso.

- Dor persistente: Em casos de lesões próximas a articulações, tendões ou nervos.

Conclusão

O defeito fibroso cortical é uma lesão óssea benigna e autolimitada, comum em crianças e adolescentes. Na maioria dos casos, não requer tratamento, mas o acompanhamento com um ortopedista oncológico é fundamental para garantir o manejo adequado, especialmente em lesões grandes, sintomáticas ou atípicas. O ortopedista oncológico oferece expertise no diagnóstico preciso, avaliação do risco de fratura e planejamento cirúrgico, quando necessário. Além disso, o acompanhamento regular permite monitorar a evolução da lesão e evitar complicações, garantindo a melhor qualidade de vida para os pacientes. Apesar de sua natureza benigna, o defeito fibroso cortical destaca a importância de uma abordagem especializada no manejo de lesões ósseas em crianças e adolescentes.

bottom of page