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Granuloma Eosinofilico (Histiocitose Células de Langerhans) 

A Histiocitose de Células de Langerhans (HCL) é uma doença rara caracterizada pela proliferação clonal de células dendríticas, que podem infiltrar diversos tecidos, com predileção por lesões ósseas. Quando afeta o sistema esquelético, a HCL pode simular tumores ósseos malignos ou infecções, exigindo uma abordagem diagnóstica precisa e a intervenção de um ortopedista oncológico para evitar complicações e garantir o tratamento adequado.  

Firefly Tumor de Células Gigantes 22708 (1).jpg

Manifestações Ósseas na HCL  

As lesões ósseas são as manifestações mais comuns da HCL, presentes em 80% dos casos**, especialmente em crianças e adultos jovens. Caracterizam-se por:  

- Lesões osteolíticas (destruição óssea) bem delimitadas, com margens irregulares ("em bisel").  

- Localizações frequentes:  

  - Crânio (lesões em "mapa" ou "buracos de traça")  

  - Fêmur, úmero, costelas e coluna vertebral (risco de fraturas patológicas e colapso vertebral)  

  - Mandíbula (perda dentária e lesões radiolúcidas)  

- Dor localizada, inchaço e, em alguns casos, fraturas espontâneas.  

- Compressão medular (em lesões vertebrais, principalmente corpos vertebrais planos – vertebra plana de Calvé).  

Síndromes Clínicas Associadas às Lesões Ósseas

1. Síndrome de Hand-Schüller-Christian (HSC)

   - Tríade clássica (presente em apenas 25% dos casos):  

     - Lesões ósseas cranianas múltiplas  

     - Exoftalmia (infiltração orbitária)  

     - Diabetes insipidus (comprometimento da hipófise)  

   - Pode incluir também otite média crônica e lesões em ossos longos.  

 

2. Síndrome de Letterer-Siwe (forma aguda disseminada)  

   - Mais grave, ocorrendo em lactentes e crianças pequenas.  

   - Envolve lesões ósseas múltiplas associadas a febre, hepatosplenomegalia, citopenias e envolvimento cutâneo.  

   - Requer tratamento sistêmico urgente.  

 

3. Lesão Óssea Solitária (Granuloma Eosinofílico)

   - Forma mais leve e localizada, geralmente com bom prognóstico.  

   - Pode ser confundida com osteomielite, cisto ósseo ou mesmo sarcoma de Ewing.  

Importância da Avaliação pelo Ortopedista Oncológico

O envolvimento ósseo na HCL exige uma abordagem especializada devido ao risco de:  

- Erro diagnóstico - confusão com tumores malignos, infecções ou outras lesões líticas).  

- Fratura patológica (principalmente em ossos longos e coluna).  

- Compressão neurológica (lesões vertebrais podem levar a déficits motores).  

Papel do Ortopedista Oncológico: 

1. Diagnóstico Diferencial  

   - Biópsia guiada para confirmação histológica (células CD1a+ e Langerina+).  

   - Exclusão de sarcoma, metástases ou osteomielite crônica.  

 

2. Avaliação de Risco e Estadiamento

   - Ressonância magnética e PET-CT para definir extensão da doença.  

   - Avaliação de estabilidade óssea (risco de fratura).  

 

3. Tratamento das Lesões Ósseas  

   - Curetagem e enxerto ósseo para lesões expansivas.  

   - Estabilização cirúrgica em fraturas ou risco de colapso vertebral.  

   - Injeção intralesional de corticoides para lesões pequenas.  

   - Radioterapia em baixa dose (em casos selecionados).  

 

4. Acompanhamento Multidisciplinar

   - Coordenação com hematologistas, endocrinologistas (em casos de diabetes insipidus e disfunções endocrinas ) e radiologistas intervencionistas.  

Conclusão

A HCL com envolvimento ósseo pode apresentar desde lesões isoladas benignas até formas agressivas com risco de complicações graves. O ortopedista oncológico é essencial para garantir o diagnóstico correto, prevenir fraturas e definir a melhor estratégia terapêutica. A abordagem multidisciplinar é crucial para o manejo adequado, especialmente em casos de lesões vertebrais ou síndromes sistêmicas associadas.  

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